Instruções do Exame

CÉLULAS NATURAL KILLER CD56 CD16

Instruções para paciente

Coleta: Jejum não obrigatório. Necessário 5,0 mL de sangue total c/ EDTA. Coleta deve ocorrer de 2º a 5º e NUNCA EM VÉSPERAS DE FERIADO devido possíveis dificuldades de logística.
Interpretação: A citometria em fluxo é um método de mensuração em que as células são suspensas em um meio isotônico e injetadas numa câmara de fluxo, passando enfileiradas, uma a uma, por sensores que analisam suas características físicas e/ou biológicas. A célula é previamente marcada com um anticorpo monoclonal, ligado a uma substância fluorescente. Quando passa pela câmara de fluxo, a luz gerada pelo laser (light amplification by stimulated emission of radiation) incide sobre ela; os ângulos de dispersão da luz e as cores emitidas pelo fluorocromo são guiados pelo sistema óptico do citômetro e detectados por sensores. Estes sinais são transformados em números e histogramas, analisados por um software e impressos quando necessário. O material a ser estudado é submetido a uma análise por microscopia óptica para avaliação da morfologia e viabilidade celular antes de seu preparo para citometria. No citômetro de fluxo, a população celular é selecionada pelo ângulo de refração da luz, fornecendo informações sobre volume, organelas internas (complexidade) e cores emitidas pelos fluorocromos conjugados aos AcMO/PO. A análise é multiparamétrica (dois ou mais AcMO/PO conjuntamente), com utilização de dois ou mais fluorocromos de espectros de excitação diferentes (cores). Com este recurso é possível isolar a população com marcação previamente conhecida (CDs) e identificá-la por métodos de seleção (divisões gráficas) que circunscrevem estas áreas conforme a necessidade do estudo. Sinônimos: Doenças proliferativas Crônicas, imunofenotipagem Indicações: A aplicação clínica da citometria visa responder questões específicas, após a triagem de investigação diagnóstica. Assim, as escolhas dos AcMO/PO utilizados pelo laboratório dependem das informações clínicas fornecidas pelo médico e da análise citológica. O sucesso do estudo depende, portanto, da correta escolha dos soros imunes usados e da forma como os dados são analisados, observando-se número de células, tipo de padrão citológico, predominância celular e padrão citoquímico. A citometria em fluxo serve para a realização da imunofenotipagem para neoplasia hematológica, na pesquisa e monitoramento de neoplasias hematológicas e no acompanhamento de pacientes com imunodeficiência (painel para pesquisa de imunodeficiência). Os anticorpos monos e policlonais utilizados têm especificidade para diversas populações celulares. Interpretação clínica: Segue-se a descrição dos diversos anticorpos monos e policlonais utilizados em painel para o diagnóstico das neoplasias hematopoiéticas: Os CD (cluster de diferenciação) são moléculas de marcadores de superfície celular úteis para a identificação e caracterização de leucócitos. Esta nomenclatura foi desenvolvida e é mantido através do workshop Human Leukocyte Differentiation Antigens (HLDA) iniciada em 1982. CD16: antígeno que identifica células natural killer e granulócitos. Também tem expressão em monócitos e macrofágos. CD56: células NK e células T citotóxicas. Expressa-se em 10% a 20% dos linfócitos periféricos. Mais de 90% das células CD16+ em repouso, com aspecto morfológico de células granulares ou natural killer são positivas para CD56 e provavelmente representam uma terceira linhagem de células linfóides. Diferencia-se na medula óssea, de onde sai nos estágios iniciais da maturação. É encontrada no sangue periférico, medula óssea e amígdalas, sendo praticamente ausente em outros tecidos linfóides. O CD56 se expressa em células T, citotóxicas ou não. Quando citotóxicas, são IL-2 dependente para liberação de linfocinas responsáveis pela atividade killer. Têm papel na regulação da hematopoiese, na defesa contra células neoplásicas e infectadas por vírus, não requerendo sensibilização prévia pelo antígeno. É morfológica e funcionalmente homogênea, mas imunofenotipicamente heterogênea, dividindo moléculas citoplasmáticas e de superfície com linfócitos, monócitos etc. sua co-expressão com antígenos de histocompatibilidade ainda é controversa. Está presente em células que na maioria das vezes co-expressam CD2, CD5 e CD8. Esta população, quando negativa para CD16, compõe um subgrupo de células T citotóxicas que têm morfologia de células granulares. Tem sido usado como marcador de prognóstico na LMA-M3.
Referência:
Idade CD56+CD16(%) Absoluto (mm3)
0 - 3 meses 5,0 a 15,5 255,5 - 1025,4
3 - 6 meses 3,9 a 11,0 198,7 - 731,0
6 - 12 meses 3,8 a 14,4 163,7 - 800,6
1 - 2 anos 3,3 a 14,6 153,0 - 702,9
2 - 6 anos 7,8 a 16,1 134,6 - 600,8
6 - 12 anos 4,2 a 16,1 116,2 - 443,7
12 - 18 anos 3,9 a 18,4 116,2 - 443,7
Adultos 7,0 a 22,8 137,0 - 567,8

Referência:Lymphocyte subsets in human immunodefi-
ciency vírus-unexposed Brazilian individuals from
birth to adulthood.Maria Isabel de Moraes-Pinto,
et.al.Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol.
109 (8): 989 - 998, Dec 2014.